Vereadores comandados pelo prefeito de Barra de São Francisco chutam cadeiras e dão murro na mesa

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Carlim da Dengue se mostrou nervoso durante toda a sessão
Carlim da Dengue se mostrou nervoso durante toda a sessão

A sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Barra de São Francisco, realizada nesta segunda-feira, 15 de fevereiro, à tarde, mostrou que o prefeito Luciano Pereira (DEM) e os vereadores que o apoiam não estão preocupados com as denúncias feitas pelo Ministério Público (MPES) contra ele, seu vice, Matheus e várias empreiteiras.

A denúncia, que foi encaminhada à Câmara no final de janeiro deste ano, aponta uma série de irregularidades praticadas pelo prefeito, em conjunto com o empresário Moisés Antônio Martins, para lesar os cofres do município, cobrando uma complementação de R$ 30 de produtores rurais que desejassem fazer serviços de terraplanagem e outros com uso de retroescavadeira.

A primeira mostra de que os vereadores ligados a Luciano Pereira estão prontos para blindar qualquer tentativa de cassá-lo e ao seu vice, veio logo após a leitura do documento enviado pelo MPES à Câmara: O vereador Carlim da Dengue (PROS), chutou cadeira, deu murro na mesa e exigiu que o presidente colocasse em votação imediata a denúncia do MPES.

“O plenário é soberano e nós queremos votar isso hoje”, bradou Carlim, da tribuna da Casa, sendo muito vaiado pelo público presente, de mais de 500 pessoas, representando praticamente todos os segmentos da sociedade francisquense.

O presidente da Casa, Juvenal Calixto, precisou levar ao plenário o procurador da Câmara, Evaldo Oliveira, que explicou que o plenário é soberano, mas o presidente, utilizando-se do Regimento Interno, tem a prerrogativa de enviar o documento às comissões.

“A Câmara é um órgão fiscalizador e é nossa obrigação apurarmos as denúncias”, retrucou Calixto. Logo depois de Carlim da Dengue, outros dois vereadores aliados do prefeito – Wilson Mulinha e Admilson Brum – também foram à tribuna exigir que fosse votado o arquivamento, ou não, da denúncia do MPES.

Mas o presidente da Comissão de Justiça, Cidadania e Redação, José Valdeci (PT), também usou a tribuna para dizer que era obrigação da Casa analisar a denúncia enviada. Valdeci disse, inclusive, que daria o parecer, em conjunto com os demais membros da comissão, antes do prazo previsto, que é de até 30 dias.

Ele foi duramente criticado por um dos colegas, Paulinho do Hospital, que evocou a corrupção nacional para tentar desqualifica-lo, pois ele é membro do PT, partido que está em evidência nacional devido às denúncias de corrupção.

Mas Valdeci retrucou logo depois, dizendo que não tem nenhum problema com corrupção e que sua vida pode ser investigada de todas as formas. “Não tenho e nem nunca tive nenhuma acusação de corrupção contra mim, ao contrário dos atuais gestores”, ressaltou.

Por: Weber Andrade

 

 

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