Ocorreu na manhã desta quinta feira, 27/06/2019, uma manifestação pacífica no centro de Barra de São Francisco, organizada pela Associação de Mães e Familiares de Vítimas da Violência no Espírito Santo, em repúdio a situação de insegurança, devido o elevado índice de violência registrado nos municípios da região noroeste. Um carro de som, cartazes e faixas foram utilizados pelos manifestantes.
A motivação desta manifestação partiu dos familiares de Ismael Olimpio Rocha, assassinado em março deste ano, quando foi ao curral pertencente a família de sua ex-esposa no município de Águia Branca.
De acordo com informações da polícia militar do 11º BPM, pouco mais de 100 pessoas, aderiram a manifestação, sendo que a maioria são do município de Águia Branca. Os manifestantes ao percorrer o centro de Barra de São Francisco, tiveram como objetivo chamar a atenção das autoridades e pedindo por justiça em relação ao motorista de ambulância de Águia Branca, João França, por ter assassinado Ismael Olímpio da Rocha.
De acordo com uma das idealizadoras do movimento, a diretora da entidade Maria das Graças Nacort, a manifestação foi a de conscientizar, refletir e sensibilizar as pessoas em favor da paz e da segurança na região. A manifestação se encerrou nas proximidades do fórum de Barra de São Francisco. A polícia militar acompanhou todo o trajeto dos manifestante, organizando o transito e dando proteção a todos.
O crime
Ismael é irmão do presidente da agremiação esportiva Real Noroeste, Flaris Rocha. Segundo relato da família do rapaz assassinado, no dia 27 de março deste ano, ele teria sido morto por um cunhado. O crime teria a conotação desconhecida, mas a vítima foi morar com Joelva Neppel e teria levado 35 cabeças de gado que teria recebido de seu pai já falecido. A mulher teria pedido a separação, mas impediu que houvesse a retirada dos animais.
Ismael tinha uma liminar da Justiça, que concedia a ele o direito de retirar o gado da propriedade da família de sua companheira. Ela, teria ido até a Justiça e afirmou que Ismael não teria gado algum na propriedade de seus pais. Alegou que os animais eram de propriedade de seu irmão João França Neppel, o qual se encontra foragido.
Segundo declaração dos irmãos da vítima, a Justiça teria revogado uma liminar, permitindo que Ismael fosse ao local apenas para cuidar dos animais. No dia 27 de março, quando ele foi ao curral curar uma vaga que apresentava sinais de “bicheira”, encontrou bezerros mortos por falta de cuidados. Nesse dia, a vítima foi ao local por volta do meio dia, com a finalidade de não encontrar com parentes de sua ex-companheira.
Ismael foi morto com vários tiros a queima roupa por elementos que colocaram ao lado do corpo, (lado esquerdo), um facão, alegando legítima defesa. O detalhe é que Ismael era destro e não canhoto. Ele foi executado com uma bala para cada animal que tinha na propriedade.
Fotos: Weber Andrade (ocontestado)