O deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD), segundo secretário da Mesa Diretora, destacou nesta terça-feira (18) o esforço da Assembleia Legislativa para contribuir com o debate sobre a recuperação da bacia do Rio Doce, depois da tragédia provocada pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana.
O parlamentar anunciou que está confirmada a vinda ao Estado de uma das mais importantes autoridades nacionais em biodiversidade, a bióloga Márcia Chame, da Fiocruz, que será a palestrante central do 1º Fórum Legislativo Interestadual de Desenvolvimento Sustentável, que será realizado no dia 10 de agosto, das 8 às 17 horas, no Teatro Dom Bosco, em Baixo Guandu.
O evento é promovido pelas Câmaras de Baixo Guandu (ES) e Resplendor (MG), com apoio da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, através da Coordenação Especial de Relações Institucionais (Ceri), por meio da coordenação administrativa da CIPE Rio Doce, órgãos ligados diretamente à 2ª Secretaria da Mesa Diretora.
Márcia Chame vai falar sobre “Monitoramento de animais na Bacia Hidrográfica do Rio Doce”. Quando ocorreu a tragédia de Mariana, em 2015, a bióloga começou a acompanhar o caso e disse que o aumento de casos suspeitos de febre amarela na região pode estar relacionado com o desastre ecológico.
De acordo com informações veiculadas pelo jornal O Estado de São Paulo, a hipótese teve como ponto de partida a localização das cidades mineiras que identificaram casos de pacientes com sintomas da doença.
Grande parte está na região próxima do Rio Doce, afetado pelo rompimento da Barragem de Fundão, em novembro de 2015. “Mudanças bruscas no ambiente provocam impacto na saúde dos animais, incluindo macacos. Com o estresse de desastres, com a falta de alimentos, eles se tornam mais suscetíveis a doenças, incluindo a febre amarela”, afirmou ao Estadão a bióloga, que também coordena a Plataforma Institucional de Biodiversidade e Saúde Silvestre na Fiocruz.
“Isso pode ser um dos motivos que contribuíram para os casos. Não o único”, completa. Márcia observa que essa região do Estado já apresentava um impacto ambiental importante, provocado pela mineração.
“É um conjunto de coisas que vão se acumulando”, disse. Além dos casos em Minas, foram notificadas também mortes de macacos na região próxima da cidade capixaba de Colatina, também afetada pelos reflexos do acidente de Mariana.
Marcia Chame possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Úrsula – USU, no Rio de Janeiro, mestrado e doutorado em Ciências Biológicas, área zoologia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Atualmente é pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz e também atua como pesquisadora colaboradora da Fundação Museu do Homem Americano.
A bióloga é, ainda, membro titular representante do Ministério da Saúde no Conselho Nacional da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, e coordenadora do Programa Biodiversidade & Saúde da Fiocruz.