Quem foi sepultado na tarde deste domingo, 30/12/2018, foi Didico, que por sinal tinha o apelido de “Gato Seco”, ex-jogador de futebol do Glegi e do Santos de Barra de São Francisco. Além de ter sido um craque na bola em sua época, Didico também era craque no pincel, pois ele era um excelente pintor de letreiros.
Didico estava internado a alguns dias em um hospital na grande Vitoria com problemas de saúde (Broncopneumonia), e nesta madrugada de domingo veio a falecer.
Didico tinha 79 anos de idade e foi sepultado no cemitério de Maruipe (Vitoria), onde residia. Para quem não sabe, Didico era pai do Coronel aposentado Rogério Gonçalves.
Para o desportista e deputado estadual Enivado dos Anjos, Didico era um fenômeno na bola, era incomparável, driblava com maestria, seus passes eram na medida certa para os companheiros, além de ser um goleador nato. Fazia gols incríveis.
O radialista e jornalista Jader Pereira, fez até uma crônica sobre Didico recentemente: que Didico jogou em seus áureos tempos, meados dos anos de 1960, no Glegi e no Santos, é coisa de arrepiar. Um dos poucos atacantes aplaudidos às vezes até pelo adversário.
Não era de compleição física forte e nem de boa altura. Mas quando pegava a bola no meio de campo e avançava rumo ao gol adversário só era parado na falta. Tinha um domínio de bola impressionante e uma arrancada meteórica.
Vieram olheiros de vários lugares acompanhar seu desempenho, com ofertas fabulosas. Mas Didico, apaixonado por uma filha do Prefeito Sebastião Gonçalves, muito bonita por sinal, foi colocado contra a parede: “Ou eles ou eu!”. O amor falou mais forte. Continuou a vida tranquila de pintor de letreiros e craque de Barra de São Francisco.
Teve companheiros memoráveis, com os quais fazia dupla. Os melhores jogos que vi foram com a parceria de Pergentino. As defesas adversárias tremiam quando estavam juntos. E não era para menos. Os jogos com a presença de ambos raramente terminavam em zero.
Didico era um cara antenado em seus tempos de fama. Criava times de garotos, participava de torneios beneficentes e até ajudava a ações em Mantena (maior rival do Santos na época era o Volante de Mantena). Uma vez até jogou na equipe do arquirrival.