Mapa com o percurso de 560km da ferrovia ligando Sete Lagos ao porto da Petrocity
Há seis anos, quando se candidatou a prefeito, depois de 20 anos afastado da política regional para se dedicar à política estadual, um dos destaques da proposta de programa de governo do então suplente de senador e hoje deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD) era a construção de um ramal ferroviário da Estrada de Ferro Vitória-Minas para escoar, principalmente, a produção de rochas ornamentais da região Noroeste.
Seis anos se passaram e, como numa “conspiração do Universo”, o sonho de Enivaldo começa a ganhar forma de vias transversais, o que não diminui a sua importância: a Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo (EFMES), ligando Sete Lagoas, na região metropolitana de Belo Horizonte, ao futuro Complexo Portuário da Petrocity em São Mateus, numa extensão de 560km.
“A construção dessa ferrovia, associada ao complexo da Petrocity, vai estabelecer uma nova era de prosperidade para a região Noroeste do Espírito Santo, consolidando Barra de São Francisco como cidade-polo desse desenvolvimento, com a sua Unidade de Transbordo e Armazenamento de Cargas, que vai criar uma nova frente de negócios para a cidade e a região”, disse Enivaldo.
O planejamento da ferrovia corre em paralelo ao projeto do porto, segundo informou o presidente do Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva. “São dois empreendimentos diferentes, mas interligados. O porto independe da ferrovia, mas, numa visão estratégica, ela é importantíssima para a criação de um novo eixo de circulação de cargas para o Brasil. Temos levado isso ao governo federal e desejamos que a EFMES seja incluída no Plano Nacional de Logística”, disse José Roberto.
O dirigente do empreendimento, que promete mudar a configuração econômica com impacto numa raio de 300km no Norte do Espírito Santo, Leste de Minas e Sul da Bahia, disse que a estrada de ferro está sendo projetada para ter cinco Unidades de Transbordo e Armazenamento de Cargas (UTAC) – em Barra de São Francisco, Governador Valadares, Santa Maria de Itabira, Sete Lagos e uma unidade de cargas de alto valor agregado no Aeroporto de Confins.
“Isso vai oferecer aos empresários dessa hiterlândia a segurança de poderem investir no pleno uso de sua capacidade instalada, que hoje está operando apenas com 50%, porque terão condições de escoar a produção tanto para exportação, através do porto, quanto na interiorização, para o mercado interno. Isso, de fato, terá um grande impacto na geração de emprego e renda e dinamização da economia”, disse José Roberto.
Deputado estadual reeleito pela região, Enivaldo dos Anjos recorda que foi na gestão dele, como prefeito, de 1989-1992, que foram lançadas as bases para o desenvolvimento econômico de Barra de São Francisco e da região, com a criação do Polo Industrial para atração de empresas num local com infraestrutura. Na mesma ocasião, foi criada a Secretaria de Indústria e Comércio, que incentivou a indústria do granito.
“Agora, precisamos ir além. A indústria se expandiu, o Espírito Santo detém mais de 50% da produção nacional de rochas ornamentais, que representa 11% de nosso produto interno bruto. Mas falta infraestrutura de transporte, que se tornou perigoso pelas rodovias. A ferrovia, juntamente com o porto da Petrocity, vai alavancar nossa economia”, disse Enivaldo.