Uma pessoa, residente no Córrego Estêvão, em Vila Pavão, morreu em um hospital de Nova Venécia e deixou em alerta as autoridades estaduais para uma epidemia de malária na região Noroeste do Estado.
Por conta disso, nesta sexta-feira, 03 de agosto de 2018, a Secretaria de Estado de Saúde começará a fazer uma “barreira” contra a doença, cuja incidência surpreende por não ser endêmica no Norte do Estado.
Há muitos anos não se tem notícia da incidência de malária, doença tropical transmitida pelo mosquito Anopheles e cujos sintomas podem ser confundidos com os da dengue, o que acaba agravando o problema.
Por não ser endêmica, a malária foi desconsiderada quando as primeiras pessoas apareceram sentindo febre alta, calafrios e sintomas parecidos com a gripe, e acabaram sendo tratadas como se estivessem com dengue.
A abordagem mudou quando o paciente, que esteve internado no Hospital Dr Alceu Melgaço Filho, em Barra de São Francisco, e depois foi transferido para Nova Venécia, veio a óbito. Logo, as autoridades perceberam que não estavam diante de um “inimigo comum” e constataram: é malária, possivelmente, transmitida por alguém que tenha vindo do Norte do País, onde a doença é endêmica, e foi picado pelo mosquito transmissor.
Pelo menos 15 pessoas já foram diagnosticadas com a doença, algumas, com sintomas mais leve, sendo tratadas em casa, e outras internadas no hospital regional de Barra de São Francisco. Nesta quinta-feira (2), a Secretaria de Estado de Saúde mobilizou sua equipe especializada para capacitar agentes de saúde e servidores da área em Vila Pavão para iniciarem o bloqueio à doença.
A estratégia é tratar os doentes e iniciar uma campanha de combate ao mosquito Anopheles. Ainda não está definido se haverá uma campanha de vacinação preventiva.
Tudo, segundo fontes ouvidas pelo Gazeta do Norte, vai depender do quadro a ser constatado a partir dos exames de sangue em massa que serão feitos na população por um laboratório especializado montado pela Sesa em Vila Pavão.
SINTOMAS DA MALÁRIA
Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia, aumento do baço e, por vezes, delírios.
No caso de infecção por P. falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença. Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.
TRATAMENTO DA MALÁRIA
A decisão de como tratar o paciente com malária deve estar de acordo com o Manual de Terapêutica da Malária, editado pelo Ministério da Saúde, e ser orientada pelos seguintes aspectos: • Espécie de plasmódio – dependendo da espécie de plasmódio o paciente vai receber um tipo de tratamento • Gravidade da doença – pela necessidade de drogas injetáveis de ação mais rápida sobre os parasitos, visando reduzir a letalidade.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.
Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
PREVENÇÃO
Medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, uso de repelentes.
Medidas de prevenção coletiva: drenagem, pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoramento da moradia e das condições de trabalho, uso racional da terra.